Movimento EntreLinhas
Dançar é muito além do que se explica
sábado, 14 de agosto de 2010
Fred Astaire
domingo, 8 de agosto de 2010
De Onde Surgiu Essa Dança
Pensas que deve haver alguma razão para que se tenha criado a dança
Antes de escrever o homem já registrava seu corpo em paredes
Antes do livro já se contava lendas e os romanos já partiam para a guerra
Quando se vê, o africano já tinha montado a tribo
O índio já colhera o trigo,
Portugal já cessara o fado,
A América já criara o hino,
Alemanha já vivera a angústia,
Japão já reconstruíra seus templos,
Os negros sambando entre meios,
Os brancos bailando entre os povos
E todos em seus contratempos, de tempos em tempos que nunca souberam o porquê, o pra quê ou porém...
Mas aí estás, buscando detalhes e minúcias antes de aceitares o convite do mistério
Já perdeu-se muito o tempo da coreografia universal tentando a explicação de onde veio
Perseguidor da razão,não há nada explicado nesse mundo...
Até cientistas vivem com fé nas incertezas
E quando se começa a entender detalhes, já é de longe que olhas a vida,
Imparcial, distante, desconexo
Estás por fora, ou quem sabe, estás morto e nem percebestes a despedida
Vivi Malta
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
1° Passo: Saia de casa
sexta-feira, 30 de julho de 2010
Desfile inspirado na Dança de Salão
As roupas valorizam o corpo e valorizam também a alma. O que você diz sobre você mesmo pode ser dito em silêncio por sua própria maneira de se vestir.
E que isso nunca se faça entender diretamente.
Se você dança, vista-se para confundir olhares. Vista-se para revelar a alma livre de quem sabe dar seus próprios passos. Mostre um pouco (só um pouco) da misteriosa sensação de conquistar o seu maior bem: a arte de ousar sem vulgarizar.
(Imagens do Desfile Rosa Chá, Sao Paulo Fashion Week 2010, por Alexandre Herchcovith)
Texto escrito por Viviane Malta
Fisiologia da Dança de Salão
Envolva seu parceiro
Existem na pele uma série de receptores nervosos. Eles captam estímulos do ambiente e os conduzem para o nosso sistema nervoso, onde serão detectados e respondidos. O toque de uma pessoa pode ativar nossa adrenalina. O nosso coração acelera, os músculos se contraem e nos preparamos para reagir. É verdade que esse hormônio é o conhecido responsável pelo mecanismo de “luta ou fuga”, mas acalme-se, agora não é preciso duelar, nem fugir, apenas usar essa adrenalina toda e preparar-se para dançar !
Olhos nos olhos
A dilatação das pupilas está ligada a ação da noradrenalina. Essehormônio trabalha quando há alterações na nossa pressão arterial. Isso significa que os olhos podem mostrar quando nosso coração bate mais rápido, certo? Por essa e por outras evidências é que dizem que os “olhos são a janela da alma”. Sustente o olhar de seu parceiro e vai ficar muito mais fácil entender seus movimentos na dança.
Dois pra lá, dois pra cá
Não é preciso olhar seus pés, ou seu corpo no espelho. Existem receptores que fornecem informações sobre a posição de nosso corpo. São esses proprioceptores que reconhecem a posição e orientação do corpo, a força exercida por cada músculo e a amplitude do movimento sem utilizar a visão, o que é fundamental para manter o equilíbrio postural. Sentir o movimento é mais importante do que analisá-lo.
Giro
Acompanhar o ritmo da música, exige mais de sua audição. É no ouvido que encontramos o aparelho vestibular trabalhando pelo seu equilíbrio geral. Qualquer alteração da posição da cabeça ou da direção de movimento, induz o envio de impulsos nervosos, sendo assim, toda aceleração e desaceleração é percebida. Garantir a utilização certa do espaço que seu corpo ocupa é muito importante durante a dança. Para isso é preciso apurar os ouvidos, pois eles ficam atentos não só ao ritmo, mas a sua posição e velocidade.
Um, dois, três, pausa
Todo o controle motor, a cognição, emoções e aprendizado são regidos pelos núcleos da base no cérebro. Um deles é responsável pela liberação de dopamina ( uma substância de recompensa pelo prazer ), e é esse mesmo núcleo que se ativa por conta dos aspectos agradáveis e estimulantes da música. Ouvir cada nuance da música nos enche de prazer. Do mesmo jeito, dançar seguindo cada pausa, cada ritmo, faz com que nosso corpo libere endorfina, garantindo o nosso bem-estar
Pose Final
Agora o silêncio para prestar atenção em cada sensação. Quando para de receber tantos estímulos através dos receptores nervosos, nosso corpo simplesmente deixa fluir cada resposta livremente. Todas as alterações criadas são percebidas, depois armazenadas em nossa memória ... então tudo volta ao normal, porém nada mais é como era antes.
Estudo realizado por Vivi Malta
O que é o Método Nataraja?
Já faz algum tempo, um bailarino real muito conhecido encantou pessoas ao improvisar movimentos em uma coreografia extremamente distinta.
Parecia vir diretamente de seu coração. Reuniam-se a sua volta todos aqueles que eram tocados pelo mistério, fluência e leveza dos movimentos. De tão bela e forte, começaram a pedir para que o bailarino ensinasse a arte.
Assim foi feito. Cada postura era espontânea, cada movimento era consciente, emocionando aos discípulos, incentivando a perpetuar os ensinamentos transmitidos.
O mestre nós conhecemos, chama-se Shiva. Ele deixou para a humanidade um legado eterno com sua dança, que por demonstrar tanta integridade, acabou por ser passada até hoje com o nome de “yoga”, significa “união” em sânscrito. Quando Shiva dança, é conhecido como Shiva Nataraja , o rei dos bailarinos.
O yoga e a dança complementam-se. O método Nataraja é o encontro da imobilidade em meio a sua mobilidade. É fazer silêncio por dentro para tocar música por fora.
Antes de propor o Método, eu gostaria de vivê-lo e, por isso, montei o blog. Para deixar as minhas experiências e tornar sólido o Método Nataraja. Acredito que todo bailarino precise de um pouco disso tudo. Por favor, sinta-se a vontade. Vamos juntos buscar a nossa própria melodia. Movimentos de maneira completa e consciente, corpo e mente conectados.
Namastê
A história de Shiva é inspirada no Livro TRATADO SOBRE A YOGA, do DeRose
sábado, 3 de abril de 2010
Por que escrevo sobre dança
Olá, sou a redatora do blog. As minhas experiências com dança e yoga me fazem acreditar que o corpo traz em sua postura um pouco das situações que viveu, assim como o rosto revela marcas do que já se passou. Eu escrevo para registrar essas marcas. A gente vive escrevendo pelo mundo. Toda hora o corpo revela um episódio.
Basta observar, seja o corpo travado de quem vive com medo, ou o músculo tenso de momentos delicados... Então preste atenção em um corpo maleável, pois é esse que nos confirma que a vida é contar histórias.
Quando me deparei com a dança, meu corpo era todo resistência. Fui me dando conta do quanto ele traduzia o meu medo de me expor a algo errado. Quantas pessoas têm um "errado" na cabeça que atrapalha a maioria de seus movimentos?
1) Ensinaram-me que a beleza não é fundamental, deve-se cuidar é do seu interior. A dança me disse que a beleza é a legenda de um corpo que está unido ao seu verdadeiro eu.
2) Disseram-me que o quadril deveria ficar imóvel, do contrário seria vulgaridade. A dança me ensinou que o quadril solto é auto-confiança e demonstra além de sensualidade, sua própria segurança quanto ao movimento do corpo inteiro.
3) Meus ombros para frente, eram a minha vergonha de chamar a atenção. A dança me confessou que as pessoas que te assistem, desejam o que você tem, pois não entendem a liberdade em sua postura.
4) Aprende-se constantemente que o corpo é algo supérfluo e a melhor maneira de evoluir é estudar para ser alguém na vida. Gente... eu não vejo outra educação senão a dança!
Só o fato de mexer o corpo, já faz com que se perceba os hábitos incorporados em nossa vida. E aí cabe a cada um entender a frase: não é o que se sente, mas o que se FAZ com o que se sente. Eu escrevo o que sinto... e você? Já escreveu um pouco hoje?
sexta-feira, 19 de junho de 2009
A VIDA ACONTECE EM RODA!
A vida acontece em roda. Nesse espaço onde se pode olhar para todos os lados e todos são o meio. Onde a palavra é de todos e a diferença é ingrediente essencial. O espaço no qual a resposta vem em perguntas e o mestre é também aprendiz.
Há o professor que está sempre em frente aos alunos falando sobre tudo o que já estudou. Se ficasse entre os alunos, ele nunca falaria sobre o que já estudou, pois ainda estaria estudando e aprendendo com as idéias que circulam e voltam renovadas. Se quebrasse a linha reta, ele esqueceria o fim para criar um meio.
Os que aprendem querem ficar em volta do que é interessante, querem compartilhar suas visões de cada ângulo, cada experiência. Por onde vão os grandes homens e suas mensagens senão no meio da multidão? Os mestres, professores, filósofos, os músicos, os monges e avós, rodeando e sendo rodeados, contando e ouvindo histórias.
É importante circular o que temos vontade de entender. Também devemos fazer circular o que aprendemos e criamos. Isso é ser e fazer parte de um meio. É preciso ser mais vezes aquela criança entusiasmada com olhos brilhantes, por que a vida acontece em roda: faça roda!